Queridos Amigos,
Semanalmente, publicarei um texto que fala das mulheres da Bíblia. Este é o 2º, e a amiga da vez, a quem dedico esta mensagem, é a Regina Bonelli.
Débora – Uma Juíza diferente
Ao que parece, Débora ( heb. “abelha”), era uma dona de casa quando foi escolhida para servir à sua nação. Não sendo de linhagem aristocrática, ela é identificada simplesmente como a “mulher de Lapidote”. Contudo, Débora foi a única mulher das Escrituras elevada a um alto cargo político por seu próprio povo. Apesar de suas responsabilidades domésticas provavelmente terem sido colocadas em segundo plano durante seu serviço ao país, ela descreveu a si mesma como sendo “mãe em Israel” (Jz.5.7) antes de tornar-se Juíza. Não é relevante saber se essa é uma referência à maternidade para com seus próprios filhos ou uma expressão de maternidade espiritual para com todos os filhos e filhas de Israel.
Uma nação sedenta de espiritualidade, caracterizada pela rejeição de Deus e por uma determinação entre o povo de cada um agir a seu próprio modo (Jz 17.6; 21.25), Débora foi, antes de tudo, uma conselheira, ao demonstrar sua liderança à sombra de uma palmeira próxima à sua casa, discutindo e sugerindo soluções para pessoas com problemas.
O sistema judicial civil era inepto; o exército era fraco demais para defender as fronteiras do país; o sacerdócio daquilo que havia sido uma teocracia era impotente e ineficaz. Já não era possível ter uma vida normal e, assim, Débora tornou-se juíza e, por fim, uma libertadora de seu povo num tempo de guerra.
Nessa região, o desprezível rei Jabim perseguia os israelitas. Débora convocou Baraque, da tribo de Naftali, na fronteira do Norte, e ordenou que ele recrutasse um exército de dez mil homens de sua própria tribo e da tribo vizinha de Zebulom.
Baraque hesitou, insistindo que Débora o acompanhasse no cumprimento dessa tarefa (Jz 4.8). Ela não apenas ficou com ele durante o processo de criar um exército, como também, sugeriu a estratégia para a batalha. No passado, Deus havia falado por meio de seus líderes Moisés e Josué, e naquele momento Ele estava falando por meio de Débora. Javé ajudou-a enviando uma tempestade violenta (Jz 5.4). Numa reconstituição, em menor escala, da travessia do mar Vermelho, as carruagens inimigas com seus cavalos atolaram na lama.
A destruição do poder cananeu foi imortalizada por Débora e Baraque, num exemplo do que havia de mais refinado na poesia judaica – um cântico de louvor a Deus, no qual são descritos os acontecimentos que deram ao povo a vitória (veja Jz. 5).
Antes de Débora exercer sua liderança incomum e de demonstrar sua capacidade de tomar decisões para salvar a nação das dificuldades, ela foi uma dona de casa – esposa e mãe em Israel. Sua compaixão foi despertada pelas atrocidades que seu povo estava sofrendo. Ela tomou a iniciativa e colocou-se à disposição, tornando-se vitoriosa ao confiar em Deus e, assim, inspirou outros ao seu redor a terem a mesma confiança.
Fonte do texto: "A Bíblia da Mulher". Ed. SBB-Sociedade Bíblica do Brasil